Monday, April 28, 2008

esplendor

aquela ausência de histeria, aquela profundidade na concavidade daqueles sorrisos ocultos a deixava em estado de trégua. lá onde entravam e saíam todas as emoções. emoções cálidas, ora dormentes, ora tormentosas. lá onde a acidez e a amargura eram contínuas. lá onde já não se reconhecia a doçura que sempre vertiam aquelas teimosas lágrimas em esquizofrenias tempera[MENTAIS]. gostava mesmo era das mordidas e dos ruminantes blábláblás que eram bebidos aos goles daqueles complexos astroLÁBIOS. os olhos? esses eram traçados apenas para beijar e se guiar naquela cínica imensidão do céu.

Wednesday, April 09, 2008

estréia

pintei o cabelo. desfiei franjas. ousadia. comprei sapato novo. vestido magenta. uma cor sem sentimento. passei rímel. blush. batom vermelho. essência de arco-íris com notas florais. uma pausa. alguns devaneios. inédito enquadre.
ensaios. hiatos prolixos. retóricas. sarcasmos. risos entorpecentes. duelos de semânticas. bilhetes. fotos. folhetins. lado b. diazepan. delírios de lírios. vinho tinto suave. anestesias.
e agora vou me preparar pra ir

A Rosa Profunda

"Bem no fundo do sonho estão os sonhos. A cada noite quero perder-me nas águas obscuras que lavam o dia, mas sob essas puras águas que nos concedem o penúltimo Nada Pulsa na hora cinza o obsceno portento. Pode ser um espelho com meu rosto distinto, Pode ser a crescente prisão de um labirinto Ou um jardim. O pesadelo sempre atento. Seu horror não é deste mundo. Causa inominada Alcança-me desde ontens de mito e de neblina; A imagem detestada perdura na retina A infama a vigília como a sombra infamada. Por que brota de mim, quando o corpo repousa E a alma fica só, esta insensata rosa?" Jorge Luis Borges