Monday, October 31, 2005

Insônia

Entediada nesse ócio indócil
Enquanto Hades dorme,
a noite amanhece
e apaga as estrelas com seu olhar nublado
Desisto de ressuscitar da morte livros já lidos
perdidos, e esquecidos
Eu fixo os olhos e finjo
Mas a luz pontuda me incomoda
Nas pausas obtusas e agudas
Entre meus passos e antepassos, tropeço
Com o beijo do meu mundo
Desato seus olhos e te amanheço
Invento meus sonhos como quem faz canções
Então eu vivo...
E preparo os joelhos para uma queda
E os braços pra vestir as asas.
Eu poderia continuar a traçar suas estrelas E desenhar nossos afagos E susurrar nossas alegres cores em tuas mãos E esquecer o nanquim nas nuances tantas vezes por nós ensaiadas Mas agora, agora meu bem Preciso apenas de um ponto de fuga E recomeçar uma nova pintura Quadro a quadro... Das cores que não senti... Eu sabia... Não era amor.

Sunday, October 30, 2005

Pequenos pecados
Pequenos fragmentos de ilusão
Grandes paixões
Alumbramento
Que bebo e...abSINTO

Saturday, October 29, 2005

Parafraseando um sonho

Dorme, dorme que amanhã não tem sol enorme [eu descobri que não posso pedir] E vamos caminhar cada um de seu lado pelas alamedas do parque; E rir do meu ridículo amor; E ver as flores-de-maio que não florescem em quase novembro, nem em dezembro e nem em janeiro; E tão lindas que elas são [mesmo que só nas minhas fantasias] que só de vê-las, ainda assim te amo mais...
ele sabe do meu alfabeto,
esse mesmo que não existe,
enquanto invento verbos e estados pra ser.
Eu curiosa enquanto convenciono :
. o amo.
LETARGIAS
Eu esqueci minha boca nas suas agressões
Nesses últimos dias não tenho mordido ninguém
Minha fundação é profunda e firme nas sensibilidades ressentidas
mas nem choro mais
Talvez por isso virei as costas quando me deparei comigo mesma
numa livraria, em frente ao café
Eu que aprendi a gostar de gloss vermelho
Não, não é escapismo
É o que usamos para realçar por onde entram e saem
as emoções, o calor da vida
Ou minhas amarguras
Essas aí
Adoço vozes
Eu azeda, ardendo em letargias
que remexo diariamente
entre pistas e manchas
estre repetições tolas de dentes dormentes
Enquanto enterro, persistentemente
meus mortos vivos
Não há outro jeito
O meu escárnio se revela sorrateiramente
Poeiras dos idos
Aprendi a gostar de gloss vermelho
E de mim

Fronteira

Ela amava o muro de concreto que existia dentro dele...
Ao contrário das outras, não queria derrubar o muro.
Não queria entrar à força.
Não queria invadir, saquear, usurpar.
Não trazia consigo cavalos, armas ou exércitos.
Queria apenas se recostar naquele muro frio e forte.
Amava o muro e a sensação de isolamento e proteção.
Só queria se sentar à fogueira e beber do vinho daqueles sorrisos...

Friday, October 07, 2005

Ser a mulher mais feliz do mundo não me traria felicidade...